“Só o que for corretamente separado pode ser corretamente unido”Princípio da Alquimia
Chega um momento, em torno dos 45 anos de idade, no meio da vida, em que entra em operação na psique uma força para a retirada das projeções do mundo externo e seu recolhimento para integração na personalidade do indivíduo.
Na Alquimia, isso foi trabalhado sob o nome da operação Separatio. E na mitologia, simbolizado pela espada dos heróis e pela foice da famigerada você-sabe-quem.
A pessoa sente esse fenômeno como frustração, desilusão, desânimo; das pessoas, das instituições, do país, da humanidade. Nos sonhos, aparece como morte, destruição, colapso, das pessoas, das coisas, dos valores. Se sonharem, fiquem tranquilos, ninguém vai morrer. São símbolos do término de uma etapa, do esgotamento de uma expectativa, de um anelo, de um anseio.
“Mas chegou, o carnaval … e ela não desfilou… Eu chorei, na avenida eu chorei… Não pensei que mentia, a cabrocha que eu tanto amei…”
Vai chorar na cama que é lugar quente.
E preparar, pelas altas temperaturas propiciadas pelo sofrimento, o próximo passo, a próxima operação, a Calcinatio, através da qual se incinera as adiposidades, as ilusões infantis, para sobrar apenas o núcleo diamantino, indestrutível, da pessoa, forjado no fogo, entre o martelo e a bigorna. E que recebeu de Jung o nome de Indivíduo.
É assim que a Grande Mãe, chamada lá atrás de avó do diabo, nos quer.