Encontro com o Si-mesmo

O hercúleo trabalho de se deparar com o Si-mesmo

“O encontro com o Si-mesmo é sempre uma derrota para o Eu”
C. G. JUNG

Guimarães Rosa emenda: “Viver é muito perigoso… Travessia perigosa, mas é a da vida… O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.”

E o hiperativo de Zurique responde: “Nenhum caso de individuação escapou a essa travessia perigosa.”

Sim, usaram o mesmo termo, “travessia perigosa”, para expressar o que viam como tarefa imposta pelo destino. O encontro com o Si-mesmo é o começo da individuação, portanto, nós começamos a seguir o nosso caminho depois de derrotados em nossas pretensões. E com muita resistência, medo, pois ali não temos modelos por garantia, a salvação é sempre individual.

As duas imagens mais fortes que a nossa cultura tem para simbolizar esse momento são o encontro de Moisés com Iahweh junto à sarça ardente e o de Jesus com o Seu destino no Getsêmani. No primeiro, Moisés faz de tudo para pular do camelo. Iahweh, na garupa, é que não deixa. No segundo, Jesus pede para se livrar, e sua sangue. O Todo- Poderoso, irredutível, calado estava, calado permaneceu. Enquanto isso, a humanidade dormia, exausta…

Temos então, em nossa alma, um conflito aberto: o Si-mesmo inconsciente puxa para um lado, e o Eu consciente puxa para o outro.

Seja tudo o que Deus quiser!

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