“A diferença entre o remédio e o veneno não é a substância, é a dose”Paracelso
Esse moço aí foi um dos muitos autores clássicos que Jung ressuscitou para corroborar teoricamente o que ele observava. E essa frase saiu para ele melhor que a encomenda. Tudo, TUDO, demais, sobra. E mata. Porque tudo tem um potencial destrutivo. Nada é exclusivamente bom. E ainda acrescentou, por conta própria, o timing:
“Aquilo que é valor (remédio) na manhã da vida, é desvalor (veneno) no entardecer.”
A humanidade reflete sobre isso em dois de seus maiores símbolos culturais:
1) No conto de fadas “Joãozinho e Maria”, onde o enredo mostra como o amor, a proteção e o cuidado dispensados pela “Mãe” (símbolo daquilo que cuida) deve evoluir do cuidado total para a lenta exposição aos sofrimentos do mundo (“Madrasta”), sob o risco de se transformar, a “Mãe”, em uma bruxa que devora a iniciativa (“Joãozinho”) da pessoa através da sedução de uma “casinha de chocolate” (símbolo do excesso, na dose e no timing, de amor, proteção e carinho); e,
2) No surpreendente capítulo 10:34-39 de Matheus, onde Jesus (o de Nazaré) afirma que veio ao mundo não para compactuar com isso, pela “paz”, mas sim para impedir isso, pela “espada”, e separar o que, no seu tempo, precisa ser separado. O que o Altíssimo, Seu Paizinho, já tinha feito quando colocou a mesma espada, com o mesmo objetivo, circulando pelo Paraíso para separar os humanos da árvore da vida, logo depois da expulsão.
Antídoto: Vai trabalhar, criatura!